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    A Guerra Cultural


     ou Os Desastres da Guerra

    De cada trincheira, vem um petardo. E os petardos viram manchetes. “Coletânea vai reunir poemas antifascistas de autores brasileiros”. “Comercial com beijo lésbico provoca pedido de boicote na internet”. “Com aborto e seios nus, série da Globo ‘peita’ Brasil bolsonarista”. “Apoio de Nana Caymmi a Bolsonaro gera mal-estar entre artistas”. “Encontro só com poetas brancos é cancelado após revolta nas redes sociais”. “Autor conservador processa editora brasileira por incluir trechos petistas em seu livro - ‘Ele deveria me agradecer’, diz tradutor”... É impossível não constatar: hoje, o que sobressai do meio da cultura não é exatamente o lançamento de bons livros, filmes e discos, a retomada/renovação de alguma tendência ou uma questão importante que tenha surgido com, por exemplo, a adoção de uma nova tecnologia ou técnica (a não ser muito discretamente). É a chamada guerra cultural, a disputa política entre esquerda e direita levada ao campo do simbólico e dos valores morais, o campo da cultura tanto no sentido humanista (produção de artes e ideias), quanto no antropológico (hábitos e costumes).

    A fase é desanimadora, quase desesperadora. A presença de ideologias na produção e na discussão cultural é um veneno empobrecedor. Já declarou o escritor engajado Marcelino Freire que “É preciso dizer de que lado se está, comprometer-se”. No entanto, artes e ideias são, deveriam ser, o terreno da ambiguidade, da sutileza, e ideologia é um pensamento fechado, enlatado, pronto para uso. É claro que não existe troca de ideias totalmente isenta; algum argumento ideológico sempre se usa, em maior ou menor grau, em qualquer análise. Quando, contudo, se permite à ideologia definir mentes e tudo passa a ser julgado sob uma ótica político-partidária, com pouco ou nenhum espaço para ver nuances e contrapontos de uma questão ou, na hora em que o assunto é arte, o valor estético das obras, como tanto defendia o crítico americano Harold Bloom (1930-2019), a cultura realmente se deteriora.


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    O filósofo britânico Roger Scruton (1944-2020) ia na mesma linha: “Arte não deveria servir como um protesto raivoso contra o mundo, mesmo que você queira protestar. Se você vai descrever qualquer coisa, na arte, deve ser com a intenção de resgatar e redimir a qualidade humana da arte em si”. Mas já em 1891, no conhecido prefácio de O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde (1854-1900) ensinava: “Não existem livros morais ou imorais. Livros são bem escritos, ou mal escritos. Eis tudo. (...) O artista não deseja provar nada. (...) Nenhum artista tem simpatias éticas. A simpatia ética em um artista constitui um imperdoável maneirismo de estilo”.

    Cabe a quem observa e pensa com razoabilidade a cultura, portanto, repudiar a atual ordem de coisas. E, sem prejuízo do repúdio, tentar entendê-la. Tentemos, então. Como a guerra cultural se tornou esse agente definidor? O que a motivou, que circunstâncias a propiciaram? Para saber, é preciso recuar um pouco no tempo.

    Nova Esquerda x Velha Direita

    Tudo começou no final dos anos 1980/início dos 1990, com a mudança de rumos da esquerda frente ao colapso da União Soviética, o primeiro Estado socialista da História. A daí em diante chamada Nova Esquerda deu-se conta de que não poderia vencer o capitalismo, ou seja, promover uma revolução econômica e social, e partiu então para uma tentativa de “revolução” comportamental, no embalo da contracultura dos anos 1960 e 1970. Passou a valorizar e proteger minorias sociais, como negros, LGBTs, mulheres, imigrantes e não-cristãos. Esse processo de décadas foi influenciado pelos teóricos que formavam a Escola de Frankfurt – Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse, alemães judeus que migraram para os Estados Unidos durante o nazismo – e, em especial, por outros dois intelectuais marxistas, o italiano Antonio Gramsci (1891-1937) e o húngaro Georg Lúkacs (1885-1971), para os quais a cultura ocidental e o cristianismo, as ditas “superestruturas”, cegavam a classe trabalhadora e deveriam ser desconstruídas (aí está a palavra-fetiche), a fim de que uma sociedade igualitária, o socialismo, triunfasse. Gramsci falava em “conquista da hegemonia” pela esquerda na cultura, segundo ele algo tão importante quanto a batalha econômica e social, e desejava que o Partido Comunista substituísse a Igreja como guia espiritual das “massas”.

    Do outro lado, escritores ligados ao conservadorismo americano, como William S. Lind e Pat Buchanan, perceberam a mudança no polo oposto e passaram a acusar um conluio das esquerdas mundiais para vencer o Ocidente por meio desse outro tipo de “guerra”, a guerra por corações e mentes, travada no âmbito do simbólico, já que nos âmbitos político e econômico não funcionara. À suposta conspiração deram o nome impreciso de “marxismo cultural”. Para esses conservadores (ou paleoconservadores, como muitos os classificam), a disposição da Nova Esquerda por roer as estruturas da cultura ocidental, especificamente o cristianismo e o capitalismo, resultaria na implantação de uma ordem ateísta, antifamiliar e socialista – o pacote do famigerado “politicamente correto”, que nada mais é do que a defesa ardorosa das “políticas identitárias” das minorias sociais. A revolução viria pela cultura, não pelas armas. E como a esquerda conseguiria isso? Conquistando os propagadores de ideias: artistas, jornalistas, professores e membros de organizações internacionais.

    Por vários motivos (talvez não por ação dessa trama ardilosa que parte dos conservadores jura existir), nas últimas décadas a esquerda, em todas as suas variantes, de fato tornou-se predominante nesses meios, ainda que não reconheça. O Brasil, por exemplo, há uns 40 anos vê se estabelecer na academia, na imprensa e no setor artístico um consenso em torno de um pensamento político esquerdista. Mesmo um escritor e sociólogo marxista como Roberto Schwarz anotou, no texto Cultura e Política: 1964-1969, que era curioso o fato de, apesar da instauração de uma ditadura direitista no Brasil em 1964, praticamente toda a produção artística e intelectual dos primeiros anos do regime autoritário ter se aproximado da esquerda. “A presença cultural da esquerda não foi liquidada naquela data, e mais, de lá para cá não parou de crescer”, escreveu Schwarz, no texto. “A sua produção é de qualidade notável nalguns campos, e é dominante. (...) Pode ser vista nas livrarias de São Paulo e Rio, cheias de marxismo, nas estreias teatrais, incrivelmente festivas e febris (...). Em suma, nos santuários da cultura burguesa a esquerda dá o tom”.

    A aproximação foi se estreitando pelas décadas seguintes, ora mais, ora menos, devido ao ambiente de censura e ao viés de direita que se imprimia à Educação, do qual as aulas de Moral e Cívica são exemplo sempre lembrado. A democracia retornou em 1985, os mercados editorial e jornalístico cresceram e, com eles, enfim, cresceu também, a ponto de explodir, a presença da esquerda no debate público brasileiro (basta recordar que o livro Rumo à Estação Finlândia, em que o americano Edmund Wilson examina, com simpatia, a história da esquerda mundial, foi best-seller no Brasil em 1986). Sem os obstáculos institucionais da ditadura e revigorada pelas “políticas identitárias”, um movimento, aliás, vitaminado no meio acadêmico por leituras das obras dos pós-estruturalistas franceses Jacques Derrida e Michel Foucault, essa vertente política consolidou um espaço de hegemonia cultural, dando continuidade à tendência que Roberto Schwarz identificou nos anos 1960, em outro cenário. E eis por que não se falava de guerra cultural, 30 anos atrás: um lado claramente se saiu “vencedor”, preponderou. Raros eram os intelectuais e artistas mais próximos de ideias conservadoras ou liberais – sim, eles existem – que se manifestavam ou tinham espaço para se manifestar.

    Essa então reduzida direita, porém, começou a reagir. Em meados dos anos 1990, conservadores como o escritor Olavo de Carvalho – bastante próximo ao pensamento do teólogo ortodoxo russo Vladimir Soloviev (1853-1900), do autor francês anti-modernidade René Guénon (1886-1951), do ensaísta brasileiro fervorosamente católico e anticomunista Gustavo Corção (1896-1978) e da direita cristã americana – e um seu amigo, o poeta Bruno Tolentino, passaram a chamar atenção com alertas para uma suposta inversão de valores no país, em que a intelligentsia, “vendida”, estaria matando a cultura ao entregá-la ao popular e ao “politicamente correto”. Os dois não pouparam diatribes contra a hegemonia cultural da esquerda nas universidades e na mídia, disparadas em livros (O Imbecil Coletivo, de Olavo, é de 1996), artigos e entrevistas; diatribes que, é claro, intelectuais de esquerda revidaram com gosto. Mas o barulho foi de alcance limitado. Foi, sabemos hoje, um prenúncio do que finalmente veríamos acontecer no Brasil, com mais frequência e intensidade, 20 anos depois.

    Estopins

    No país onde a expressão Guerra Cultural surgiu, os Estados Unidos, a discussão ideológica já tinha, naquela década de 1990, transbordado com força do cenário acadêmico para as artes e a imprensa. O ano de 1989 é emblemático. A Universidade Stanford, da Califórnia, após passeatas de estudantes contra a “falta de diversidade” e o “Eurocentrismo” do programa da disciplina Cultura Ocidental, incluiu nele autores indígenas, negros e mulheres e o remodelou como Cultura, Ideias e Valores. E uma exposição do fotógrafo gay Robert Mapplethorpe, repleta de imagens de adolescentes e adultos nus e de atos homoeróticos explícitos, festejada por imprensa e artistas por onde passou, gerou reclamações de políticos conservadores ao chegar a Washington, por ter sido parcialmente financiada com dinheiro público. Resultado: foi cancelada antes da estreia. A galeria que a abrigaria foi massacrada com críticas e protestos e nunca mais conseguiu se firmar (fechou em 2014). O episódio é considerado o marco zero da atual guerra cultural no Ocidente. Depois dele, a esquerda – os liberals, nos EUA – também começou a hostilizar obras de arte e comportamentos que considerava ofensivos e representativos da “elite branca” que, na visão desse grupo, dominava o debate público: peças e filmes com atores brancos usando blackface, humor “machista”, cânone literário “white, male and privileged”, vocabulário “preconceituoso”... E assim formou-se a bola de neve da guerra cultural. Arautos das Minorias x Moralistas: um lado atiça e se sente eticamente superior ao outro.

    O Brasil, na década de 2010, importou com o atraso costumeiro a guerra cultural de lá para cá. Contribuiu decisivamente para isso o contexto político polarizado entre esquerda e direita, desde as pujantes manifestações de rua de 2013 e 2015-2016, e a disseminação das redes digitais, meio que favorece “barulho” e comentários impulsivos e pelo qual os grupos políticos aqui de baixo veem como atuam os grupos políticos lá de cima. Com o ocaso do governo do PT, entre 2013 e 2016, a hegemonia da esquerda no campo das ideias foi abalada, enfim, e intelectuais, empresários, cientistas e artistas identificados com valores conservadores, liberais ou uma mescla dessas duas correntes sentiram-se mais à vontade para ingressar/reingressar no debate político e cultural, pela primeira vez em 30 anos. Até panfletários de extrema-direita se fizeram ouvir. Todos contaram para isso, frequentemente, com a “ajuda” de sites (webpages e fóruns com ideias militaristas e defesas ou relativizações de atos da ditadura, por exemplo, já existiam nos anos 1990) e das redes digitais, a partir dos quais conseguiram furar a “bolha” de esquerda nos espaços tradicionais de discussão e atrair atenção para o que falavam. Parte dessas pessoas, aliás, diz-se admiradora de Olavo de Carvalho, personagem que, até hoje, 25 anos após as primeiras polêmicas, segue a se debater contra o “marxismo cultural” e os perigos que a civilização ocidental estaria correndo. E muitas também seguem as ideias emanadas dos EUA pela chamada Alt-Right, a “direita alternativa” na qual se aglutinaram, nos últimos anos, os “neoconservadores” igualmente rebelados contra o multilateralismo nas relações internacionais e o predomínio do “progressismo” em espaços como o cinema de Hollywood e as grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício.

    Aqui, o fato mais marcante desse período em que a guerra cultural se acentuou finalmente foi o fechamento da mostra – também de temática LGBT e também com aporte de dinheiro público via Lei de IncentivoQueerMuseu, em Porto Alegre, em 2017, por pressão de religiosos e ativistas conservadores contrários, justamente, ao uso de elementos cristãos e sexuais nos trabalhos expostos. No episódio, pouco se discutiu a (má) qualidade daquelas esculturas, vídeos e instalações; ficou-se apenas nos territórios da moral e da política.

    Ataques, contra-ataques, perguntas

    O cancelamento do QueerMuseu, decidido pela instituição que o sediava supostamente com o objetivo de apaziguar ânimos, foi, com o perdão do clichê, um tiro no pé: colaborou para tornar as artes visuais brasileiras um dos segmentos que hoje mais fornecem combatentes à guerra cultural. De um lado, vemos artesãos, como Rodrigo Camacho, e ilustradores, como Gisele Daminelli e Lucimary Bilhardt, retratarem em tom laudatório cenas do presidente Jair Bolsonaro e parlamentares que o apoiam, e de outro, pintores medianos serem revalorizados e exaltados pelo suposto teor de “resistência”, “progressista”, de seus trabalhos. Desse polo vem o caso da exposição no Museu de Arte de São Paulo, em 2019, dedicada a Djanira, artista naïf que pintava momentos da cultura popular, com técnica pobre feito a dos ilustradores que se ocupam do presidente. Ela foi apresentada pelo museu como ícone feminista, antielite, batalhadora. Em Porto Alegre, uma mostra coletiva em “formato multiconteúdo” que pretendia refletir a respeito da “atual situação do Brasil” foi promovida na Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS sob o título Balbúrdia, em clara alusão ao termo utilizado por um ex-Ministro da Educação do governo Bolsonaro para definir certos ambientes universitários.

    As perguntas, no entanto, se impõem: O contexto político ou a vida dos artistas dão um selo de excelência à obra? A obra não deve se sustentar sozinha? Muita arte boa já foi feita por gente ruim em períodos de estabilidade política, e muita arte medíocre já foi produzida por gente “exemplar” em tempos turbulentos... Deve-se continuar insistindo na supervalorização do “lugar de fala”, segundo o qual só quem veio de uma dada condição social ou pessoal (geralmente, difícil) pode abordar bem essa condição? A esse conceito originado nas Ciências Sociais sobreviveria a obra de Tarsila do Amaral, que o mesmo Masp, em mostra no mesmo 2019, já no título caracterizou como “Popular”? Tarsila, autora de telas famosas como A Negra, Garimpeiros e Os Operários, entre várias outras não exatamente de tema “popular”, foi uma filha da elite cafeeira paulista, branca, educada na França e tão imersa em cultura erudita que, em entrevista nos anos 1970, chegou a declarar que não ouvia música popular por achar “banal”...

    Da área do audiovisual e do teatro, enfrentamentos também não tardaram a surgir por aqui. Mais que a boas peças e filmes, assistimos aos canhoteiros protestarem contra um festival de cinema que exibiria um documentário sobre Olavo de Carvalho e um filme sobre o Plano Real, provocarem o cancelamento de uma peça em que um ator usava blackface, fazerem a atriz parda Fabiana Cozza desistir de interpretar uma cantora negra e boicotarem a série O Mecanismo, sobre a Operação Lava-Jato. E presenciamos os destros boicotarem o filme Aquarius, de diretor notoriamente petista (boicote proposto por um jornalista então muito lido pela direita), promoverem um backlash contra uma performance em que um artista nu foi tocado por uma criança e provocarem o cancelamento de apresentações de uma peça que mostrava Jesus Cristo como mulher transgênero. Todos fatos discutidos com muita agressividade e pouco discernimento. Onde? Nas redes digitais, claro.

    A guerra cultural também é intensa no debate literário. Há mais pluralidade política no meio editorial atualmente, o que é salutar. Mas o lado nocivo da situação, a predominância da avaliação política e moral sobre a avaliação estética, parece superar o lado saudável. Isso aconteceu com (para lembrar um exemplo só) a obra de Monteiro Lobato, criada há quase 100 anos e acusada de racista na última década. Homem do início do século XX, quando a escravatura tinha sido abolida no Brasil não havia muito tempo, Lobato realmente admirava a Ku Klux Klan americana e era um nacionalista extremado. Mas devemos analisar o passado com olhos do presente? E, pior, devemos editar os textos de Lobato, retirando ou alterando termos considerados impróprios, como a própria bisneta do autor recentemente fez? Não é querer eliminar a representação de um problema, em vez do problema? Teria Lobato contaminado toda a sua obra com racismo? Ele não escreveu apenas O Presidente Negro e Reinações de Narizinho, os livros mais acusados de conteúdo racista. Também escreveu o conto Negrinha, bonito e triste, ambientado no período pós-Lei Áurea, sobre uma menina órfã, filha de escravos, muito maltratada pela patroa (“O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias”), e pôs Tia Nastácia a dizer “Negro também é gente, sinhá...” no fim de Caçadas de Pedrinho. Seu quase contemporâneo Euclides da Cunha igualmente era preconceituoso: influenciado pelas teorias deterministas e evolucionistas do final do século XIX, achava que os nordestinos, por causa das precárias condições locais e da mistura de raças, eram um povo inferior, até vê-los lutar bravamente em Canudos e redigir a obra-prima que é Os Sertões. Não é melhor pensarmos que há vários Lobatos e Euclides, que eles eram contraditórios, ainda que as “contradições” desses grandes autores hoje nos incomodem bastante?

    Perguntas, perguntas, perguntas. Não há cessar-fogo à vista. Não sabemos aonde vai a vida intelectual brasileira, mas estaremos aqui para testemunhar e refletir a respeito. Por ora, o que parece mais adequado a quem trabalha com informações e ideias fazer é não fazer: não contribuir para a perda de instrumental de avaliação estética e cultural. Não falar de ser político-partidário, mas de ser humano. Não permitir que a autonomia da arte seja morta pelo tiroteio ideológico. Não repetir clichês dos dois lados em confronto, e sim a última fala do protagonista de O Rinoceronte, peça (muito atual, inclusive) de Eugène Ionesco: “Me defenderei contra todos! Não me rendo!”. Não colaborar, por mais modestamente que seja, para que a situação perdure. Não se deixar tragar pela guerra. Maldita guerra.

    * Texto originalmente publicado no Caderno de Sábado do jornal Correio do Povo, em 17 de abril de 2021.

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